POSICIONAMENTO DO CATETER ENTERAL
GÁSTRICO E PÓS-PILÓRICO
A falta de nutrição adequada para atender às exigências metabólicas é reconhecida como
motivo de preocupação séria nos pacientes clínicos e cirúrgicos. Se a ingestão oral de
alimento não é suficiente, a nutrição enteral por cateter é a segunda opção.
A inserção da sonda/cateter requer do enfermeiro noções de anatomia e observação
rigorosa do paciente a respeito de patologias que poderão aumentar o risco de
complicações,como o uso de anticoagulantes,varizes de esôfago,onde devemos pesar o
risco-benefício.
O local ideal para se alimentar o paciente é o estômago,devido a distensibilidade e
ácidos essenciais para a digestão,porém alguns pacientes podem apresentar retardo do
esvaziamento gástrico,tendo indicação para alimentação pós-pilorica,ou seja,no
duodeno ou jejuno.
O local de inserção da sonda também deverá ser avaliado,é comum o uso da via nasal na
maioria dos hospitais,por ser de maior tolerância para os pacientes lúcidos,como é o
caso da maioria dos pacientes que permanecem em enfermarias clínicas.
Já nas unidades de terapia intensiva,têm-se optado pela via oral,devido ao risco de
sinusite a que esses pacientes ficam expostos no decorrer da internação,e não apenas
pelo uso do cateter enteral.
CATETERISMO GÁSTRICO
Definição: Introdução de cateter/sonda no estômago,por via oral ou nasal.
Material:
-> Sonda ( avaliar calibre de acordo com a finalidade,alimentação ideal calibre 10 ou
12,drenagem 14 á 22 )
-> Lubrificante hidrossolúvel
->Seringa de 10ml ou 20 ml,depende tipo sonda
-> Gaze não estéril
-> Estetoscópio
-> Luva de procedimento
-> Material para fixação adequada
-> Fita para marcação da sonda
-> Coletor para drenagem não estéril
Técnica:
Fase preparatória
-> Explique o procedimento e a finalidade ao paciente
-> Informe a importância da necessidade do seu auxílio durante a introdução da
sonda
-> Caso o paciente esteja lúcido,determine com ele um sinal que indique a você
quando parar o procedimento.
-> Avalie a permeabilidade das narinas ( caso paciente esteja lúcido,peça-o para
ocluir uma das narinas e expelir o ar pela oposta e vice-versa.
->Organizar material próximo ao leito,mantendo fita separada para marcação e
fixação da sonda.Esta fita tem o objetivo de identifica a altura ideal da
sonda,introduzida pelo enfermeiro,facilitando a percepção de desposicionamento
pela equipe.
-> Caso sonda seja muito flexível,coloque-a na geladeira para torna-la mais firme
-> Importante ressaltar que a técnica é limpa e não estéril,por ser um
procedimento no trato digestório.
-> NASAL: Pacientes acordados,reflexo da deglutição presente,lesões orais. A
inserção mais comum e mais confortável para os pacientes.
-> Oral: Pacientes sedados e entubados,história de sinusite,desvio de
septo,lesões nasais,trauma facial.Geralmente utilizada para pacientes nas
unidades de terapia intensiva,mais incômoda,principalmente para pacientes
lúcidos.
Fase de realização:
-> Posicionar o paciente em posição de Fowler,caso não seja possível posicionar em
decúbido lateral esquerdo para evitar aspiração do conteúdo gástrico.
-> Lave as mãos
-> Calce as luvas
-> Mensuração e marcação da sonda ( Ponta do nariz ao lóbulo da orelha e desta
ao apêndice xifóide)
-> Introduzir 2 ml de xilocaína geléia na narina escolhida ( avaliar
permeabilidade antes-aguardar 5 minutos para efeito do anestésico.Atentar
para não usar anestésico em demasia,pois pode diminuir o reflexo de
deglutição)
-> Lubrificar em torno de 8cm da estremidade interna da sonda
-> Introduzir a sonda perpendicular ao ângulo da face,90º.Importante deixar uma
das saídas abertas para observar posicionamento pulmonar,mediante á escuta do
ar que progride a sonda.
-> Fletir a cabeça suavemente em direção ao tórax,caso sinta resistência,solicitar
ao paciente que degluta ( poderá ser fornecido água via oral se não houver
contra-indição).
-> Observar sinais de angústia,cianose e dispnéia.Caso de tosse,recuar a
sonda.Geralmente a 25cm de introdução de sonda,associado a sinais respiratórios
e saída de ar poderá estar no pulmão,então recue e tente novamente.Poderá ser
utiliza um copo de água na fase expiratória para observar saída de ar ou abservar
apenas a saída de ar expirado pelo orifício da sonda.
ATENÇÃO: Pacientes com alteração da consciência poderá não apresentar
estes sinais,mesmo com a sonda posicionada no pulmão.A sonda também
poderá estar dobrada ( ausência de ar ) e posicionada na árvore brônquica.
Caso a sonda não permita avaliar o posicionamento por meio de rx,comum
nas sondas naso-gástricas (PVC),aspirar o conteúdo para certificar-se do
posicionamente ou repassar a sonda novamente.
-> Caso não ocorra problemas respiratórios ou resistências,continue a introdução
até a marcação adequada.No caso de eructação,pode evidenciar posicionamento
esofagiano.
-> Checar a posição gástrica ( ruídos hidroaéreos ou aspiração do conteúdo
gástrico)
-> Fixar a sonda próximo ao sitio de inserção,sem atrito a narina
correspondente.Evitar fixar a sonda na fronte,com dispositivos rígidos.
-> Iniciar dieta ou drenagem
-> Registrar procedimento
-> No caso de lavagem gástrica após uso de drogas,deve-se utilizar lavagem com
SF 0,9% a temperatura ambiente com 2 á 4 litros,até que o liquido que drene
esteja sem resíduo do material ingerido e claro,o decúbito ideal para realizar a
lavagem gástrica é o esquerdo em discreto trendelemburg,para evitar que o
conteúdo gástrico seja absorvido pelo duodeno e minimizar aspiração pulmonar.
-> Nos casos de hemorragia digestiva ,a lavagem gástrica também será com soro
a temperatura ambiente,pois o gelado desprende coágulos.
-> A secreção gástrica é clara e viscosa,o aspecto marrom ou esverdeado sugere
estase gástrica e refluxo de bile.
-> Lave as mãos
->Faça anotações pertinentes ao procedimento na folha de evolução de
enfermagem,juntamente com o registro do cateter ( localização,tipo e diâmetro)
na folha apropriada,assim como as intercorrências do procedimento.
CATETERISMO DUODENAL/PÓS PILÓRICO/TRANS-PILÓRICA
Definição: Colocação da sonda/cateter no duodeno ou jejuno,por via oral ou nasal.
FINALIDADE/ INDICAÇÕES: A SONDA TRANSPILÓRICA é desenhada para ser
inserida no interior da luz intestinal através do nariz (nasoenteral), atravessa o esfíncter
pilórico (transpilórico) do estômago, a localizar-se no duodeno.
Pacientes impossibilitados de ingerir medicamentos e alimentos por via oral. Pacientes
com refluxo gastroesofágico. Mal formações do trato digestivo alto. Pacientes
submetidos a cirurgias gastroesofágicas. Pacientes com pancreatite.
Indicação: Providenciar acesso ao trato gastro-intestinal
Administrar nutrientes,medicação e fluidos no trato digestório
Material:
-> Sonda enteral com guia (DOBBHOFF)
-> Lubrificante hidrossolúvel
->Seringa de 10ml ou 20 ml
-> Gaze não estéril
-> Estetoscópio
-> Luva de procedimento
-> Material para fixação adequada
-> Fita para marcação da sonda
Técnica:
Fase preparatória
-> Explique o procedimento e a finalidade ao paciente
-> Informe a importância da necessidade do seu auxílio durante a introdução da
sonda
-> Caso o paciente esteja lúcido,determine com ele um sinal que indique a você
quando parar o procedimento.
-> Avalie a permeabilidade das narinas ( caso paciente esteja lúcido,peça-o para
ocluir uma das narinas e expelir o ar pela oposta e vice-versa.
-> Preparar a sonda.Algumas sondas possuem lubrificante interno e na sua
extremidade,que devem ser ativados água,outras necessitam de lubrificação com
vaselina antes do procedimento,devido ausência do material interno lubrificado-
ATENTAR PARA RETIRAR TODO EXCESSO DE VASELINA DA
SONDA ANTES DA INTRODUÇÃO,PARA EVITAR PNEUMONIA
QUÍMICA OU OBSTRUÇÃO DO ORIFÍCIO DA SONDA.
->Organizar material próximo ao leito,mantendo fita separada para marcação e
fixação da sonda.Esta fita tem o objetivo de identifica a altura ideal da
sonda,introduzida pelo enfermeiro,facilitando a percepção de desposicionamento
pela equipe.
-> Importante ressaltar que a técnica é limpa e não estéril,por ser um
procedimento no trato digestório.
-> NASAL: Pacientes acordados,reflexo da deglutição presente,lesões orais. A
inserção mais comum e mais confortável para os pacientes.
-> Oral: Pacientes sedados e entubados,história de sinusite,desvio de
septo,lesões nasais,trauma facial.Geralmente utilizada para pacientes nas
unidades de terapia intensiva,mais incômoda,principalmente para pacientes
lúcidos.
-> Outra característica da maioria das sondas enterais é marcação em torno de 60
e 80 cm ( gástrica e duodenal,respectivamente)
Fase de realização:
-> Realize o procedimento equivalente á sondagem gástrica até a confirmação da
posicionamento com ausculta ou aspiração resíduo ( não introduza os 5cm).
Importante fazer medida a partir do orifício distal e não do peso.
-> Mantenha paciente em decúbito lateral direito 90% a localização do piloro é
posterior,e assim,facilita a progressão da sonda.
->Utilize a técnica padronizada (insuflação de ar ou decúbito lateral).
-> Solicite rx de abdome.A ausculta da sonda pós-pilorica predomina mais em
quadrante superior direito,a gástrica em quadrante superior esquerdo.
->Rx é o método ouro ( inquestionável) para avaliar o posicionamento da sonda.
-> O próximo decúbito deverá ser DLE,caso sonda esteja posicionada,pois permite a
migração da sonda
->Importante manter uma alça gástrica que permitirá tanto progredir a sonda,quanto
segurança a exteriolização acidental da sonda.
->Faça anotações pertinentes ao procedimento na folha de evolução de
enfermagem,juntamente com o registro do cateter ( localização,tipo e diâmetro)
na folha apropriada,assim como as intercorrências do procedimento.
OBS: A tentativa de progressão da sonda enteral pós-pilórica as cegas ou a beira do
leito,permite alimentar o paciente precoce,porém há hospitais que optam por aguardar
prograssão espontânea.
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Resolução do cofen 162,de 14 maio de 1993.Dispõe sobre a administração de nutrição
parenteral e enteral.
Portaria nº 337 de 14 abril de 1999. Ministério da saúde.
Resolução RDC nº 63 de 6 de junho de 2000.
Nutrição oral,enteral e parenteral na prática clínica 3 edição.São Paulo.Editora
atheneu,2002.
Sucesso no posicionamento pós-pilórico da sonda nasoenteral por utilizacão de equipamento, que permite acompanhar a progressao da sonda através da visualizacão por transmissao eletromagnética em tempo real.
ARTIGO: SONDA ENTERAL.pdf (238,5 kB)